Porque dói tanto o término de um relacionamento
- Simone Brum
- 21 de ago. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de ago. de 2023

Inicialmente, é preciso compreender e aceitar que um relacionamento não termina de uma hora para outra. Em geral, o término de uma relação amorosa é um processo que inicia enquanto o casal ainda está unido e segue sem pensar no fim da relação.
O Afastamento emocional é a primeira etapa do fim do término. De repente, o casal ainda convive juntos mas algo começa a mudar, surgindo uma desconexão, seja por desinteresse de uma das partes, por alguma decepção, por falta de diálogo ou outro motivo nem sempre tão claro.
O casal pode ter brigas frequentes ou pode existir um silêncio afastador. Sentimentos contraditórios são comuns, como: certeza-dúvida, amor-ódio, sufocamento-saudade, felicidade-tristeza e atração-repulsa.
Começa a nascer uma sensação de solidão e também o medo de que esta solidão venha a se instalar definitivamente caso a união acabe e não se encontre outra pessoa para amar.
É comum que haja desinvestimento por parte de um ou de ambos, não se destinando mais tanta energia e esforço na manutenção do romance. Então, as saídas a dois começam a acabar, um dos pares com desculpas começam a dormir no quarto do filho, passam a já não fazerem mais planos de descontração e lazer juntos, o diálogo vai se findando e a cada dia a desconexão vai aumentando.
Na tentativa de restaurar a aliança, pode haver esforços através de mudança de comportamento para agradar o outro, conversas, promessas, declarações de amor, surpresas, cobranças e chantagens emocionais.
A escolha por colocar um ponto final pode ser resultado da incompatibilidade do casal, por falta de amor, pela descoberta de uma traição, pelo desgaste da relação, pelo esgotamento de viver em um relacionamento abusivo, por falta de amor ou por desejar viver experiências que não envolvem a outra pessoa.
Quando a parte que deseja permanecer na relação constata que a união se desfez, há uma sensação de abandono, medo a respeito do presente e do futuro, bem como tristeza, surpresa, revolta, arrependimento, culpa, indiferença, introspecção e negação podem aparecer. Já quando você é a parte que deseja o divórcio e consegue o almejado, se a relação estava intolerável, sentir felicidade, alívio e paz é natural.
É uma fase dolorosa por ser uma despedida de muitas conquistas conjuntas e de vivências que só faziam sentido a dois. O rompimento de esperanças e sonhos que estavam atrelados aos projetos comuns costuma trazer muita insegurança e uma sensação de confusão de identidade.
Além da ausência do parceiro, vive-se o afastamento de várias outras pessoas, como de amigos e familiares do cônjuge. Em relacionamentos longos, pode haver uma sensação de expulsão da família do ex companheiro após anos se sentindo pertencente. O corte destes laços afetivos perpetua a sensação de rejeição, abandono e solidão.
No término de um relacionamento há a perda de uma pessoa que foi importante, de uma vida partilhada, de sonhos, planos conjuntos, da vida social em comum e outras perdas subsequentes oriundas destas.
No desmoronamento de uma vida conhecida, de amor, de segurança e de conforto, surge a necessidade de adaptação a um novo mundo. Nessas situações, se o sofrimento ou seja, o luto, por esta perca amorosa for evitado por resistência à mudança, o término irá gerar mais dor e isolamento.
Não é possível prever o tempo de duração do luto, pois não existe um prazo exato para melhorar a dor de um rompimento. É comum experimentar o aparecimento de ondas de tristeza, saudade, raiva ou outros sentimentos e com o tempo elas tendem a diminuir de intensidade, duração e frequência, sendo mais manejáveis e não ocupando um espaço central na vida.
Por parecer o fim de tudo, algumas pessoas precisam de apoio psicológico neste momento para lidarem com o abalo e não tomarem decisões impulsivas para se prejudicar, prejudicar o outro ou se vingar.
O processo de superar o fim de um relacionamento é diferente para cada pessoa. E em momentos de carência, a tentação de entrar em contato com o ex, seja por uma noite ou para tentar reatar o relacionamento, acaba sendo grande. Nesse processo é o momento onde você entra em abstinência, negação do afastamento, fazendo com que por vezes você queira e tente voltar a todo custo. Mas calma! Reflita sobre todo o período da sua relação deixando de lado os momentos bons que nesta etapa persistem em serem as únicas a serem lembradas. Lembre-se, é só um período difícil de abstinência.
Por isso, é importante inicialmente, respeitar o seu tempo, assistir a filmes, séries e ler livros que contam histórias semelhantes à sua. Isso pode te ajudar a refletir sobre a sua situação e te inspirar a encontrar meios para superar a dor.
Ame-se: invista na autoestima e na autoimagem, tenha empatia com você mesma e tome cuidado com o foco no passado e com o sentimento de culpa. Tudo passa, isso também vai passar. Pense positivo, inclusive sobre um novo relacionamento, se dê a chance de uma nova fase começar.
As pessoas acreditam que nunca mais serão felizes ou encontrarão alguém capaz de amá-las. Isso acontece porque quando se está mergulhado em tristeza, a tendência é procurar mais razões para ficar triste. Então fuja disso!
Embora a dor pareça insuportável à primeira vista, ela se torna manejável com o tempo e você se reerguerá!
Se você se identificou com esse momento, a ajuda de um profissional especialista em relacionamentos pode te ajudar a recuperar sua autoestima, sua segurança e confiança em si mesma.
O primeiro passo só depende de você! Agende agora uma sessão psicológica, tenha um acompanhamento e acredite, uma nova história recheada de alegrias mora bem aí ao lado de você.